14.6.08

Tarde de mais .

" Sentei-me ao pé de uma árvore num parque de estacionamento, olhei á minha volta e não vi mais nenhuma alma viva, mais nenhuma pessoa, estava deserto. Era só eu e o meu telemóvel.
Desiludida da vida, com boas razões para chorar, peguei no telemóvel, olhei para o mesmo e fico a pensar...
- Vou-lhe telefonar!
No entanto, marquei o numero (não atendia). Tentei segunda vez. Atendeu, uma voz suave responde do outro lado:
- Sim?! Quem é?
- Sou eu, a felicidade iludida...
- Que me queres?
- Dizer que te amo...
- Outra vez? Já ouvi isso umas 15 vezes, não te cansas?
- Quem ama não cansa. Fizeste-me voar tão alto e agora dizes-me que não me amas?
Neste exacto momento corre uma lágrima pela face.
- Deves estar a ficar louca...
- Sou louca pois acreditei em ti!
- Vou desligar.
- Não por favor. Eu amo-te.
- Qual é o valor que o teu amor me vai dar?
- Felicidade...
- Vou desligar...
- Por favor não desligues, fala comigo.
- Escuta, eu já estou farto de ti. Esquece-me!
- Prefiro morrer do que esquecer-te.
- Então mata-te longe.
TU-TU-TU (chamada desligada).
Pois, decidi tomar uma atitude.
No dia do meu funeral, ele apareceu e com um sorriso pálido, mandou uma rosa vermelha e disse bem baixinho:
- Eu amo-te.
Mas lá em cima, via tudo, e respondi para mim e para os quatro ventos que sopravam:
- Tarde de mais. "

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